Alterações hormonais

As alterações hormonais podem ter um impacto significativo na fertilidade masculina. Aqui estão algumas das principais alterações hormonais relacionadas à infertilidade masculina, juntamente com referências:

  • Baixos níveis de testosterona: A testosterona é essencial para a produção de espermatozoides e para o funcionamento normal do sistema reprodutivo masculino. Níveis baixos de testosterona podem resultar em oligozoospermia (baixa contagem de espermatozoides) ou azoospermia (ausência de espermatozoides). É importante ressaltar que NUNCA devemos utilizar testosterona e/ou seus derivados como forma de tratamento de infertilidade.
  • Alterações nos hormônios hipofisários: Hormônios como o hormônio luteinizante (LH) e o hormônio folículo-estimulante (FSH) são críticos para a regulação da produção de espermatozoides. Desequilíbrios ou deficiência na produção desses hormônios podem levar à infertilidade.

De maneira simplista, o LH estimula a síntese testicular de testosterona, enquanto o FSH estimula a produção de espermatozoides.

 Quando ocorre uma deficiência de testosterona ou espermatozoides por alterações nas gonadotrofinas, chamamos de hipogonadismo hipogonadotrófico. 

Essa deficiência pode ser congênita (síndrome de Kallman, hipoplasia de hipófise) ou adquirida. 

Alguns exemplos de causas adquiridas são tumores de hipófise, radioterapia, trauma, doenças crônicas. 

Atualmente um grande contingente de pacientes com esse problema inclui aqueles que abusam de esteroides anabolizantes. O excesso de hormônios exógenos (não produzidos pelo corpo) inibe a secreção de LH e FSH, em outras palavras, bloqueando o eixo hipófise-testicular. 

  • Hiperprolactinemia:
    • Altos níveis de prolactina podem inibir a produção de testosterona e, consequentemente, afetar a produção de espermatozoides. Isso é frequentemente associado a problemas hipofisários, como prolactinomas.
  • Distúrbios na produção de hormônios sexuais:
    • Um desequilíbrio entre os andrógenos e os estrogênios também pode afetar a fertilidade. 
    • Em níveis normais, a relação entre a testosterona e estradiol no homem, deve ser maior que 10.1. 
    • A conversão excessiva de testosterona em estrogênio (via aromatização) pode ter efeitos negativos sobre a contagem de espermatozoides.
    • Isso pode acontecer quando existe sobrepeso, já que a aromatização ocorre principalmente na gordura periférica. 
  • Deficiência de hormônio tireoidiano: Hipotireoidismo pode afetar a fertilidade masculina. A tireoide é crucial para a regulação do metabolismo e as funções hormonais, e a sua disfunção pode causar uma série de problemas hormonais que impactam a espermatogênese.

Referências:

Schlegel, P. N. (2014). “Testosterone and male infertility”. Urology, 83(5), 1058-1066.
Sinha, A., et al. (2018). “Role of FSH in Male Fertility”. Journal of Human Reproductive Sciences, 11(1), 29-33
K. W. Tsai, et al. (2002). “Hyperprolactinemia and male infertility”. International Urology and Nephrology, 34(2), 269-272.
Bärthlein, B. et al. (2016). “Impact of Estrogens on Fertility and Sperm Development”. Pharmaceuticals, 9(3), 54.
D. I. J. Crystal et al. (2018). “Thyroid Hormones and Male Reproductive Function”. American Journal of Reproductive Immunology, 79(2), e12866.